Maio de 2002. Diego Costa treinava com outros meninos de 14 anos em um
campo precário da Desportiva Yuracan, em Itajubá, sul de Minas Gerais.
Provavelmente nem sabia que, do lado de lá do Oceano Atlântico, Jardel
marcava dois gols contra o Beira-Mar no jogo da festa do Sporting
campeão de Portugal — e que esses gols davam ao centroavante brasileiro a
Chuteira de Ouro, prêmio concedido ao maior artilheiro da Europa em uma
temporada. O ídolo dos lusitanos abandonou os gramados antes de deixar
um herdeiro em condições de conquistar o prêmio máximo para um atacante
no Velho Mundo.
O possível sucessor de Jardel surgiu de repente.
Desconhecido até o ano passado no país em que nasceu, Diego Costa ganhou
fama em 2013. Qualquer brasileiro apaixonado por futebol entra em 2014
com opinião formada sobre o atacante de 25 anos, nascido em Lagarto, no
interior de Sergipe. Pode um atleta defender a Seleção de nascimento e,
em seguida, optar por um time estrangeiro? Um dos homens mais
pressionados da próxima Copa do Mundo diz que sim.
Quem sabe o
hispano-sergipano Diego Costa chegará à Copa respaldado pela premiação
da Chuteira de Ouro. A atual temporada europeia se encerra em maio de
2014, e o novo atacante da Seleção Espanhola pode virar o ano entre os
líderes da disputa. Além dele, o uruguaio Luis Suárez marcou 19 gols (38
pontos) até o momento no respectivo nacional, mas o uruguaio ainda
entrará em campo duas vezes neste ano pelo Campeonato Inglês (ler
matéria abaixo). A tendência é que os dois, ou um deles, feche 2013 à
frente de Cristiano Ronaldo, autor de 18 gols, o equivalente a 36 pontos
na regra do prêmio.
O trio de favoritos se aproveita da primeira
série de lesões da carreira de Lionel Messi. Vencedor da premiação em
2012 e 2013, o argentino se machucou três vezes desde agosto. Até agora,
marcou apenas oito vezes no Campeonato Espanhol — como comparação, fez
46 gols no ano anterior. É o caminho parcialmente aberto para que um
brasileiro volte a se consagrar como maior artilheiro da Europa, algo
que apenas dois conseguiram: Ronaldo (com o Barcelona, em 1997) e,
claro, Jardel (Porto, 1999, e Sporting, 2002).
Dois brasileiros
com início de carreira tão obscuro quanto o de Diego Costa estiveram
perto de ganhar o prêmio em 2007. Ficaram para trás, contudo, devido à
regra que, desde 1996, concede peso maior às ligas mais importantes da
Europa. Na temporada 2006/07, os atacantes Eduardo da Silva (então no
Dinamo Zagreb, da Croácia) e Afonso Alves (no Heerenveen, da Holanda)
marcaram 34 gols, chegando a 51 pontos. No entanto, quem levou o troféu
foi o italiano Francesco Totti, da Roma, que conseguiu 52 pontos com
seus 26 gols.
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