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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Na liderança da Chuteira de Ouro, o sergipano Diego Costa é um dos favoritos ao prêmio

Maio de 2002. Diego Costa treinava com outros meninos de 14 anos em um campo precário da Desportiva Yuracan, em Itajubá, sul de Minas Gerais. Provavelmente nem sabia que, do lado de lá do Oceano Atlântico, Jardel marcava dois gols contra o Beira-Mar no jogo da festa do Sporting campeão de Portugal — e que esses gols davam ao centroavante brasileiro a Chuteira de Ouro, prêmio concedido ao maior artilheiro da Europa em uma temporada. O ídolo dos lusitanos abandonou os gramados antes de deixar um herdeiro em condições de conquistar o prêmio máximo para um atacante no Velho Mundo.

O possível sucessor de Jardel surgiu de repente. Desconhecido até o ano passado no país em que nasceu, Diego Costa ganhou fama em 2013. Qualquer brasileiro apaixonado por futebol entra em 2014 com opinião formada sobre o atacante de 25 anos, nascido em Lagarto, no interior de Sergipe. Pode um atleta defender a Seleção de nascimento e, em seguida, optar por um time estrangeiro? Um dos homens mais pressionados da próxima Copa do Mundo diz que sim.

Quem sabe o hispano-sergipano Diego Costa chegará à Copa respaldado pela premiação da Chuteira de Ouro. A atual temporada europeia se encerra em maio de 2014, e o novo atacante da Seleção Espanhola pode virar o ano entre os líderes da disputa. Além dele, o uruguaio Luis Suárez marcou 19 gols (38 pontos) até o momento no respectivo nacional, mas o uruguaio ainda entrará em campo duas vezes neste ano pelo Campeonato Inglês (ler matéria abaixo). A tendência é que os dois, ou um deles, feche 2013 à frente de Cristiano Ronaldo, autor de 18 gols, o equivalente a 36 pontos na regra do prêmio.

O trio de favoritos se aproveita da primeira série de lesões da carreira de Lionel Messi. Vencedor da premiação em 2012 e 2013, o argentino se machucou três vezes desde agosto. Até agora, marcou apenas oito vezes no Campeonato Espanhol — como comparação, fez 46 gols no ano anterior. É o caminho parcialmente aberto para que um brasileiro volte a se consagrar como maior artilheiro da Europa, algo que apenas dois conseguiram: Ronaldo (com o Barcelona, em 1997) e, claro, Jardel (Porto, 1999, e Sporting, 2002).

Dois brasileiros com início de carreira tão obscuro quanto o de Diego Costa estiveram perto de ganhar o prêmio em 2007. Ficaram para trás, contudo, devido à regra que, desde 1996, concede peso maior às ligas mais importantes da Europa. Na temporada 2006/07, os atacantes Eduardo da Silva (então no Dinamo Zagreb, da Croácia) e Afonso Alves (no Heerenveen, da Holanda) marcaram 34 gols, chegando a 51 pontos. No entanto, quem levou o troféu foi o italiano Francesco Totti, da Roma, que conseguiu 52 pontos com seus 26 gols.

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