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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Quadro respiratório de esquiadora Lais Souza tem evolução gradativa


Médico de ex-ginasta conversou com jornalistas brasileiros, mas afirmou ser impossível falar sobre futuro da atleta após o acidente

Antonio Marttos Júnior falou sobre o tratamento que Lais está sendo submetida

Ouvir música e assistir a filmes. Este foram os mais recentes desejos da esquiadora Lais Souza, de 25 anos, que segue na Unidade de Terapia Intensiva do Miami Project to Cure Paralysis, desde a última quarta-feira. Ontem, o médico brasileiro Antonio Marttos Júnior, que trabalha no hospital e acompanha a atleta, conversou com jornalistas brasileiros através de um chat organizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB). De cara, explicou que não é possível dar um prognóstico sobre o futuro de Lais. Preferiu ressaltar a melhora que ela apresentou no quadro respiratório.

"Ela vem respondendo bem. Optamos por não colocar o marcapasso agora, pois ela apresentou sinais de que pode respirar sem a ajuda do ventilador. A primeira vitória será o 'desmame' da ventilação mecânica. A partir daí trabalharemos duro para comemorar cada evolução de seu quadro", acrescentou Antonio Marttos.
Lais se comunica com dificuldade - sussurra, na verdade - por causa da traqueostomia. Não apresenta lapso de memória e tem consciência do que está acontecendo. Os médicos, porém, tem evitado falar sobre o acidente em si. Doutor Antonio revelou também que a paulista sente o local onde foi realizada a cirurgia - na coluna cervical - e que consegue mover os ombros. "Ela tem alguma sensibilidade na parte superior do braço e do tórax", disse.

Apesar de perceber os pequenos avanços, o médico brasileiro confessa que a lesão ainda é grave. "Estamos otimistas de que ela sairá do ventilador mecânico. Quanto à parte de movimentação ainda é muito cedo para dar qualquer prognóstico, mas temos alguns sinais de que a lesão é grave, porém não completa. Reintero que é impossível nesse momento saber como irá evoluir a parte motora", completou.

Cama especial
Para prevenir pneumonia e evitar infecções, escaras e coágulos, Lais Souza está usando uma cama especial, que roda de um lado para o outro. Ela também vem tendo os cuidados de Stephen Olvey, chefe da unidade de terapia intensiva neurocirúrgica do Jackson Memorial Hospital. Ele foi um dos responsáveis pela recuperação do piloto da Fórmula Indy, o italiano Alessandro Zanardi, medalhista paralímpico em Londres que teve as duas pernas amputadas após acidente.

"Lais está muito forte mentalmente e está ciente das manifestações de carinho de todos, da força que vem recebendo da família, dos amigos, e ficou muito feliz de ter visto a foto da equipe brasileira em Sochi com a camisa em sua homenagem", Antonio Marttos Júnior, médico brasileiro que acompanha a esquiadora.

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